4 de jun. de 2009

Oya


África

Na Mitologia Yoruba, o nome Oyá provém do rio de mesmo nome na Nigéria, país que faz parte da Iorubalândia, atualmente chamado de rio Níger. No entanto, não se trata de uma divindade das águas, mas da Senhora dos ventos, raios e tempestades, elemento fogo, seu metal é o cobre. Também chamada de Oya-Yánsàn.
O seu culto está associado à morte e aos ancestrais, por saber lidar com os eguns, é ela que os encaminha, manifesta-se nos rituais de Àsèsè ou Axexê em português.
Foi espôsa de Ogum e posteriormente uma das três mulheres de Xangô.
Oyá é aquela que divide com Xangô o axé de soltar fogo pela boca e o acompanha nas batalhas, tendo alcançado ao seu lado grandes vitórias.
Oferendas: àkàrà ou acarajé, ekuru e abará.
Brasil

Oyá é um Orixá feminino africano, cultuado no candomblé e nas religiões afro-brasileiras, sua saudação é Iyá Mesan Orun mãe dos nove oruns (espaços do céu) e Èpa heyi!. Identificada no jogo do merindilogun pelos odu odi, ossá e owarin.
Os devotos costumam lhe oferecer sua comida favorita, o àkàrà (acarajé), ekuru e abará solicitando auxílio nas mais diversas questões, principalmente as ligadas à justiça, por sua proximidade com Xangô e proteção, em especial contra os eguns.
No candomblé sua cor é o vermelho, leva chifres de búfalo ou boi na cintura e utiliza o irukerê (é um símbolo de nobreza, muito usado na África para espantar moscas), instrumento ritual feito de rabo de boi ou cavalo com o qual direciona os eguns, os espíritos dos mortos. Por sua atuação junto aos eguns está intimamente ligada aos mistérios da morte (Iku) e aos orixás nanã, Omolu e Obaluayê. Inhansã ou Oiá, como é também chamada no Brasil, é uma divindade da Mitologia Yoruba associada aos ventos e tempestades, fazendo parceria com Xangô, o senhor dos trovões.
Yansan, Iansã ou Inhansã outro nome pela qual é conhecida e cultuada principalmente por sua ligação com a morte, pois compete somente a Inhansã o poder de conduzir os eguns (espíritos dos mortos), para longe ou perto dos seres vivos. Iansã é associada a sensualidade. Orixá dos ventos e das tempestades, foi esposa de Ogum, o qual deixou por amor a Xangô; dos Orixás femininos é a mais guerreira e imponente.
Em sua dança faz menção aos movimentos rápidos e repentinos dos ventos, usando um irukerê (cetro pequeno feito de cauda de boi ou cavalo) para espantar maus espíritos.
Qualidade de Oya

Oya igbale
1 Oyà Gbale Funán
2 Oyà Gbale Fure
3 Oyà Gbale Guere
4 Oyà Gbale Toningbe
5 Oyà Gbale Fakarebo
6 Oyà Gbale De
7 Oyà Gbale Min
8 Oyà Gbale Lario
9 Oyà Gbale Adagangbará
Oya Kala
Oya Akolasun
Oya Basun
Oya Pada
Oya Funan
Oya Sonan
Oya Jebe
Oya Tanan
Oya Nita
Oya Oníra
Oyà Biniká
Oyà Seno
Oyà Abomi
Oyà Gunán
Oyà Bagán
Oyà Kodun
Oya Maganbelle
Oyà Bagbure
Oyà Tope
Oyà Sayò
Símbolos
Saudação: Eparrei Oia!
Dia: Quarta-feira.
Cores: Marrom, vermelho, rosa e branco.
Símbolos: irukerê, espada de cobre.
Proibições: Abóbora e arraia.


Arquétipo

Segundo a mitologia, os filhos de Iansã são pessoas agitadas. Diretos no que querem, não escondem sentimentos de ninguém. Uma grande ofensa a Oiá é a agressão, de qualquer espécie, aos seus filhos. O agressor terá um adversário até à morte.
Os filhos de Iansã são pessoas propensas a dar grandes guinadas em suas próprias vidas, a qualquer momento, sem se importarem com ninguém. Não gostam de se prender a ninguém pois são livres como o vento.
Suas filhas, ou mulheres que tenham Iansã póximo de si (como madrinha por exemplo ou "mãe") aqui na Terra, são mulheres sensuais, ousadas, falam o que pensam e sofrem muito, seja por qualquer motivo, especialmente no amor. São mulheres que batalham, trabalham incansavelmente, são guerreiras, lutam como peões. Geralmente esas mulheres cuidam de tudo sozinha, até dos filhos.
Lenda

Estavam todos os orixás, divindades do panteão Yoruba, reunidos em uma grande festa até que chegou Omolú. Durante todo o tempo, Omolú ficou num canto sem dançar.
Inhansã, inquieta com tal situação, aproximou-se do senhor, que usava uma roupa de palha cobrindo o rosto (e que deixava Inhansã mais intrigada ainda) e o convidou para dançar. Inhansã dançou tão rápido que vento proporcionado por seus giros levantou a roupa de Omolú que, para surpresa de todos, era um homem de extrema beleza.
O reconhecimento e admiração de todos por Omolú o deixou muito feliz, pois anteriormente era muito desprezado. Por gratidão a Inhansã, Omolú ofertou-lhe parte de seu poder, dando a Iansã a capacidade de conduzir os eguns dançando com seu irukerê. E Inhansã tornou-se assim mais poderosa e adorada.

Cultura afro-brasileira

Em Salvador, Oyá ou Iansã é sincretizada com Santa Bárbara que é madrinha do Corpo de Bombeiros e padroeira dos mercados, é homenageada no dia 4 de dezembro na Festa de Santa Bárbara da Igreja Católica, é um grande evento sincrético, composto de missa, procissão feita por católicos e praticantes do Candomblé, além das festas nos terreiros, o caruru de Iansã, samba de roda e apresentação de grupos de capoeira e maculelê.
Segundo a liturgia católica, Santa Bárbara era uma adolescente de 15 anos muito bela e cheia de personalidade. Quando viajava, seu pai a trancava na torre para que ela não arranjasse pretendentes, pois queria ganhar um belo dote casando-a com um homem rico.
No candomblé, ela é Iansã, divindade dos ventos, raios e tempestades. Segundo as lendas yorubanas, Iansã foi mulher de Ogum. Ela o abandonou para viver com Xangô, divindade dos trovões e da justiça.
O filme O Pagador de Promessas, um drama escrito e dirigido por Anselmo Duarte e baseado em história de Dias Gomes, foi filmado inteiramente na porta da Igreja de Santa Bárbara em Salvador, Bahia
Em 4 de dezembro de 2008 Os festejos em homenagem a Santa Bárbara começaram às cinco horas, com queima de fogos de artifício, na alvorada, em frente à Igreja do Rosário dos Pretos, onde, às sete horas, houve uma missa. Após as bênçãos, uma procissão percorreu as ruas do Centro Histórico de Salvador. O cortejo prosseguiu até o Corpo de Bombeiros, cuja corporação tem a santa como padroeira. A imagem da santa entrou na sede dos bombeiros, sendo saudada com fogos, sirene e jatos de água, deu uma volta no pátio e saiu em direção ao Mercado de Santa Bárbara, onde foi servido o tradicional caruru para os fiéis.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Oyá

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